Como abrir empresa no exterior: guia prático
Expandir as fronteiras do seu negócio já não é mais um privilégio exclusivo de grandes multinacionais. Com o avanço da globalização, a transformação digital e a conectividade cada vez mais acessível, como abrir empresa no exterior tornou-se uma dúvida comum entre empresários brasileiros que buscam novas oportunidades. Além de ser uma estratégia para crescer, internacionalizar significa proteger seu patrimônio, reduzir riscos econômicos e aproveitar condições fiscais mais inteligentes do que as praticadas no Brasil.
Ao mesmo tempo, abrir uma estrutura internacional não é somente uma formalidade burocrática: envolve planejamento, compreensão das exigências legais e a escolha cuidadosa do país ideal para operar. Quando bem conduzido, o processo é benéfico como expansão de mercado, maior credibilidade e acesso a moedas fortes. Mas, quando feito sem orientação, pode gerar custos desnecessários e até problemas tributários no Brasil e no exterior.
Este guia foi pensado para quem está começando a explorar essa ideia e quer entender as etapas de forma clara e objetiva. Vamos explicar por que a internacionalização é uma decisão estratégica, quais são os passos comuns para abrir uma empresa fora, os cuidados legais e fiscais, como escolher o país ideal e os desafios que você deve se preparar para enfrentar.
Por que abrir uma empresa no exterior?

Abrir uma empresa no exterior vai muito além de fugir da burocracia e tributação brasileira. É uma forma de posicionar seu negócio em um ambiente mais seguro, previsível e conectado com o mercado global. Enquanto no Brasil a alta carga tributária e a insegurança jurídica dificultam o crescimento, outras jurisdições oferecem condições favoráveis para empreender, com regimes tributários simplificados, regras claras e acesso direto a economias mais estáveis.
Outro fator relevante é a diversificação de riscos. Quando sua operação depende somente do cenário econômico e político brasileiro, qualquer instabilidade local afeta diretamente seu faturamento. Estruturar uma empresa fora do país amplia horizontes, permitindo atuar em diferentes mercados, receber em moedas fortes como dólar ou euro e proteger seu capital de oscilações cambiais e crises internas.
Além disso, empresas com presença internacional ganham maior credibilidade e reconhecimento. Isso atrai novos investidores, facilita parcerias estratégicas e abre portas para oportunidades de expansão que dificilmente seriam acessíveis, atuando somente localmente. Em alguns casos, internacionalizar também garante eficiência tributária, reduzindo legalmente a carga de impostos sobre lucros, serviços ou direitos de propriedade intelectual.
Para negócios digitais, o ganho é ainda mais expressivo: com a estrutura correta, é possível operar de forma global sem a necessidade de manter uma sede física em diversos países, mantendo custos baixos e escalabilidade elevada.
Passos para abrir uma empresa fora do Brasil

Abrir uma empresa no exterior envolve um processo que, apesar de variar conforme o país escolhido, segue algumas etapas comuns. É importante entender cada fase para evitar erros que podem gerar atrasos ou custos desnecessários.
1º Passo: Preparação no Brasil
Antes de qualquer movimento internacional, é essencial organizar a situação jurídica e fiscal do negócio no Brasil. Se sua empresa já existe, analise o regime tributário e verifique se há necessidade de ajustar o CNPJ para habilitar operações internacionais. Também é importante avaliar a estrutura societária para definir quem será o titular da nova empresa: pessoa física ou jurídica.
2º Passo: Pesquisa de mercado e escolha do país
A decisão sobre onde abrir sua empresa deve considerar fatores como carga tributária, facilidade de negócios, estabilidade política, custos de manutenção e mercado consumidor. Por exemplo, alguns países são conhecidos por regimes fiscais atrativos para negócios digitais, enquanto outros exigem sócio local para determinadas atividades. Essa análise é fundamental para evitar escolher uma jurisdição que não se encaixa no seu modelo de negócio.
3º Passo: Estruturação legal no país escolhido
Cada jurisdição possui tipos societários diferentes, prazos específicos e exigências documentais. Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum abrir uma LLC, enquanto em Dubai a Free Zone Company é o modelo mais utilizado para empresas internacionais. É nessa fase que você define a estrutura jurídica mais adequada, considerando custos, responsabilidade dos sócios e exigências contábeis.
4º Passo: Requisitos burocráticos e documentação
Os documentos básicos incluem passaporte ou identidade dos sócios, comprovantes de endereço, estatuto ou contrato social e, em alguns casos, traduções juramentadas e apostilamento de Haia. A burocracia varia bastante: há países que permitem a abertura 100% online, enquanto outros exigem presença física ou a contratação de um representante local.
5º Passo: Abertura de conta bancária internacional
Ter uma conta internacional vinculada à empresa é fundamental para receber pagamentos e gerenciar as operações. No entanto, alguns bancos exigem histórico de negócios, comprovação de origem dos recursos e referências comerciais. Essa etapa pode ser mais simples em países com sistema bancário receptivo a não residentes, como Geórgia ou EUA.
6º Passo: Compliance contínuo
Abrir a empresa é só o primeiro passo. Manter a estrutura em conformidade exige cumprimento das obrigações contábeis e fiscais tanto no país de origem quanto no Brasil. É necessário declarar ativos e lucros ao Banco Central (CBE – Capitais Brasileiros no Exterior), manter registros contábeis atualizados e respeitar as regras locais de transparência.
Aspectos legais e fiscais para empreender no exterior

Ao abrir uma empresa fora do Brasil, é fundamental entender que a internacionalização não elimina todas as obrigações com o fisco brasileiro. Mesmo operando no exterior, você continua sujeito a determinadas regras, principalmente quando há movimentação de capital ou retorno de lucros para o Brasil. Ignorar esses aspectos pode gerar multas e complicações tributárias.
Obrigação de declarar investimentos externos
Todo residente fiscal no Brasil que detém participação societária em empresas no exterior deve declarar essa informação no Imposto de Renda Pessoa Física. Além disso, quando o valor total de ativos fora do país ultrapassa determinados limites (normalmente a partir de US$ 1 milhão), é obrigatório enviar a Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE) ao Banco Central.
Tributação sobre lucros no exterior
Lucros gerados por empresas estrangeiras não são automaticamente isentos no Brasil. Se esses valores forem repatriados, podem estar sujeitos à tributação. Em alguns casos, mesmo sem trazer o dinheiro de volta, existe obrigação de informar o lucro e pagar imposto sobre ele, dependendo da jurisdição. É por isso que o planejamento tributário internacional é tão importante.
Acordos de bitributação
Alguns países possuem tratados com o Brasil para evitar a bitributação, ou seja, para que você não pague imposto duas vezes sobre o mesmo rendimento. Portugal e Japão são exemplos de países que possuem esse tipo de acordo. Já em jurisdições sem tratados, como os Estados Unidos, é necessário planejar melhor para reduzir a carga tributária de forma legal.
Formalidades brasileiras para enviar dinheiro
Para investir fora do Brasil, é necessário cumprir as regras fiscais e dos reguladores financeiros. Além disso, bancos exigem documentação que comprove a origem dos recursos, seguindo normas de prevenção à lavagem de dinheiro.
Regulamentações específicas
Alguns setores possuem regras mais rígidas, como financeiro, setores de alto risco e operações físicas. É essencial conhecer a legislação local para evitar restrições ou exigências adicionais, como licenças especiais ou contratação de profissionais locais.
Como escolher o melhor país para internacionalizar?

Escolher o país ideal para abrir uma empresa no exterior é uma das decisões mais estratégicas do processo. Cada jurisdição tem características próprias que podem beneficiar ou dificultar o seu modelo de negócio. Por isso, é importante avaliar fatores que vão além da tributação, considerando também a burocracia, o mercado e as oportunidades de expansão.
Facilidade de abertura e burocracia
Alguns países oferecem processos simples e rápidos para registrar empresas, com abertura totalmente online e baixo custo inicial. Outros exigem presença física, tradução de documentos e etapas adicionais, aumentando prazos e despesas.
Carga tributária e incentivos
Avalie o regime de impostos sobre lucros, dividendos e operações internacionais. Algumas jurisdições, como Dubai, oferecem isenção total para negócios globais. Outras possuem tributação moderada, mas oferecem benefícios específicos para determinados setores, como tecnologia ou inovação.
Exigência de sócio local ou residência
Certos países exigem que um sócio local participe da empresa ou que ao menos um dos administradores tenha residência no país. Isso impacta diretamente na estrutura societária e nos custos de manutenção.
Custos de constituição e manutenção
Além do valor para abrir a empresa, é importante considerar as taxas anuais, custos contábeis obrigatórios, licenças e outros encargos para manter a estrutura regularizada.
Mercado e oportunidades
Algumas jurisdições funcionam melhor como hubs internacionais, servindo somente como base legal e fiscal, enquanto outras permitem acesso direto a mercados consumidores e redes de parceiros estratégicos.
Idioma e fuso horário
Diferenças de idioma e fuso podem impactar na comunicação e na operação do negócio. Países com língua semelhante ou horários próximos ao Brasil podem facilitar o gerenciamento remoto.
Para ilustrar:
- Estados Unidos: popular pela estabilidade jurídica e simplicidade de modelos como a LLC em Delaware ou Wyoming, mas há tributação sobre várias rendas e regras específicas.
- Portugal: atrai startups pela facilidade de negócios, língua semelhante e incentivos para tecnologia, mas possui alta tributação e elevada burocracia.
- Emirados Árabes Unidos (Dubai): oferece zero imposto para operações internacionais e infraestrutura de ponta, mas exige atenção às diferenças culturais e custos iniciais mais elevados.
Vantagens de internacionalizar sua empresa

Abrir uma empresa no exterior traz vantagens que vão muito além da redução de impostos. É uma decisão estratégica que amplia possibilidades de crescimento, fortalece a marca e protege o patrimônio.
Crescimento de faturamento e clientes
Com presença internacional, sua empresa acessa novos mercados e pode vender para diferentes países sem barreiras. Isso aumenta o faturamento e diversifica a base de clientes, reduzindo a dependência exclusiva do mercado brasileiro.
Diversificação de risco (Risco-Brasil)
Ao operar somente no Brasil, seu negócio fica vulnerável à instabilidade política, econômica e cambial. Ter uma estrutura fora do país reduz o impacto direto de crises locais e oferece mais segurança para os recursos e ativos da empresa.
Eficiência tributária
Algumas jurisdições permitem otimizar a tributação de forma totalmente legal, reduzindo a carga sobre lucros, dividendos ou royalties. Com o planejamento correto, é possível aumentar a margem de lucro sem comprometer a conformidade fiscal.
Acesso a financiamento e serviços globais
Empresas internacionais têm mais facilidade para abrir contas bancárias em moedas fortes, receber investimentos estrangeiros e acessar serviços financeiros que não estão disponíveis para negócios exclusivamente brasileiros.
Melhoria da imagem e credibilidade
Ter uma empresa registrada em uma jurisdição sólida aumenta a percepção de profissionalismo e confiabilidade. Isso facilita parcerias estratégicas, atrai investidores e fortalece sua reputação global.
Desafios e cuidados ao abrir empresa no exterior
Internacionalizar um negócio é um movimento estratégico, mas não isento de obstáculos. Conhecer os desafios ajuda a se preparar melhor e evitar erros que podem gerar custos desnecessários ou até inviabilizar a operação.
Complexidade regulatória
Cada país possui legislações próprias, prazos e exigências burocráticas que podem ser muito diferentes do que estamos acostumados no Brasil. Sem orientação adequada, é fácil cometer erros no registro, licenciamento ou no cumprimento das obrigações locais.
Custos operacionais adicionais
Embora muitos países ofereçam regimes tributários vantajosos, é preciso considerar despesas com manutenção da estrutura, contabilidade internacional, traduções juramentadas e, em alguns casos, contratação de representante local.
Risco de não conformidade
Ignorar as obrigações de declarar ativos no exterior ou deixar de cumprir normas de compliance pode gerar problemas tanto no país onde a empresa foi aberta quanto no Brasil. A não conformidade pode resultar em multas, bloqueio de contas e até investigações fiscais.
Diferenças culturais e de mercado
Trabalhar em outro ambiente exige adaptação às diferenças de idioma, costumes comerciais, práticas bancárias e até horários. Em alguns países, a cultura de negócios é mais formal e exige protocolos específicos, o que pode demandar mais preparo.
Caminho promissor para quem busca expandir horizontes e proteger seu capital

Abrir uma empresa no exterior é muito mais do que uma mudança de endereço jurídico. É um passo decisivo para quem deseja reduzir riscos, acessar novos mercados, operar em moedas fortes e garantir mais liberdade para crescer. Embora existam desafios, o processo se torna simples e seguro quando bem planejado e acompanhado por especialistas.
Com a estrutura correta, é possível internacionalizar sem comprometer a conformidade no Brasil, aproveitar benefícios fiscais e construir uma presença global sólida. Se você busca expandir horizontes, blindar seu patrimônio e escalar seu negócio para além das fronteiras, o momento de agir é agora.
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